Uma pessoa autossexual é alguém que se vê como fonte do seu próprio desejo e prazer!
Primeiramente, vale dizer que o termo autossexual pode ser uma palavra que não faz parte do vocabulário de grande parte das pessoas. Até quem já ouviu talvez não saiba o significado e a importância do termo autossexual para um grupo de pessoas em todo mundo.
Para uma pessoa que se identifica como autossexual, provavelmente o primeiro pensamento é: “me descobri como autossexual, o que isso significa?”
A autossexualidade para muitos especialistas já é vista como uma orientação sexual. Por ser um termo que até recentemente era desconhecido, muitos ainda sentem dificuldade de nomeá-la desta forma.
O termo oficial foi declarado em 1989 pelo terapeuta Bernard Apfelbaum que o definiu como a dificuldade em se sentir atraído sexualmente por outras pessoas.
Ou seja, ele se refere a pessoas que se sentem atraídas por elas mesmas, esses indivíduos se enxergam como a fonte do próprio prazer.
Diante disso, assim como há pessoas que têm a sexualidade fluida ou outros que são bissexuais, também há os autossexuais.
Prazer, sou autossexual e não narcisista!
Para muitas pessoas pode ser estranho pensar que alguém pode estar apaixonado por si mesmo sem relacionar isso ao narcisismo.
Mas podemos te adiantar que alguém que se identifica como autossexual está longe de ser alguém narcisista. O indivíduo narcisista admira muito a si mesmo, e precisa, de certo modo, da admiração dos outros.
Já o autossexual se relaciona consigo mesmo e se vê como protagonista do seu prazer, sem ter a necessidade de outras pessoas para se sentir pleno.
O autossexual vai muito além da autoestima, amor-próprio ou de curtir muito a sua aparência e prazer. Ele tem a capacidade de ter uma relação romântica e até sexual com você mesmo, algo pouco visto e relatado.
Como se relacionam?
A pessoa autossexual é plenamente capaz de amar outra pessoa e até de se envolver emocionalmente com homens e mulheres, sejam do mesmo sexo ou não.
O autossexual pode, inclusive, ter relacionamentos, mas o desejo sentido por si mesmo nunca é superado pelo outro. Quase como, se o par nunca superasse o nível de amor-próprio sentido.
Essa pode ser uma característica que se não trabalhada na relação, pode incomodar o parceiro, caso ele não compreenda a orientação sexual da pessoa autossexual.
Algumas pessoas autossexuais preferem não se relacionar, por realmente sentirem que se bastam e já encontram nelas tudo o que precisam, além, da perda de tesão quando são tocados por outra pessoa.
A importância de se nomear como autossexual
Para muitas pessoas, se entender como autossexual é uma espécie de alívio gigantesco, porque passaram muitos anos sendo “estranhas e inadequadas” em relação ao fato de sentirem que (bastava), que o prazer e a atração sentida nunca era superada.
Pela falta de conhecimento e entendimento sobre a orientação sexual, algo muito comum é que as pessoas autossexuais sejam mal compreendidas, ouvindo comentários debochados, que estão passando por uma fase, que não encontraram a pessoa certa ou que não existe “essa coisa de autossexual”.
Desta forma, isso pode ser extremamente prejudicial para essas pessoas, que acabam praticando sexo fora de sua orientação e tendo, com isso, experiências negativas.
Além disso, outro fator é que ao se nomear ou se descobrir como alguém autossexual você entende que isso é algo normal e conhece pessoas que se sentem da mesma forma podendo inclusive criar uma comunidade para que outros possam ser acolhidos – trocando experiências e relatando dificuldades em comum.
Curtindo a minha própria presença!
A masturbação é uma prática frequente na vida de uma pessoa autossexual. Há quem possa achar estranho alguém se masturbar pensando em si mesmo e não em um parceiro ou parceira, mas se trata de uma forma de vivenciar a sua sexualidade, se conhecendo, e buscando o seu prazer em si.
Muitas pessoas autossexuais afirmam se tratar de um encontro com você mesmo. É como é vestir a sua melhor lingerie para explorar o seu prazer, curtindo cada minuto da sua presença.
É a capacidade de ter um relacionamento com você, como o principal e mais importante de todos. Sejamos sinceras, é algo que muitos de nós deveríamos nos propor a fazer também.
Explore o seu prazer!
Para alguém autossexual a hora da masturbação é um momento de busca e lembranças de sensações vivenciadas com o seu corpo – encontrando nele o seu próprio repertório sexual.
Muitos se preparam para esse momento, acendendo velas, deixando a luz baixa, utilizando acessórios como vibradores, lingeries e colocando uma música.
E por que não se estimular vendo a si mesmo em vídeos ou fotos íntimas próprias?
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Caso esteja em dúvida em por onde começar, há vibradores excelentes para quem deseja iniciar essa prática, aposte também em uma lingerie e depois marque um date com você!
Como se descobrir?
Mesmo com o termo cunhado em 1989, ainda há pouquíssimas informações sobre a autossexualidade.
Portanto, essa é uma comunidade que recentemente vem se tornado pública e se sentindo livre para expor essa outra forma de sentir prazer.
Por isso, o indicado é sempre procurar um especialista na área da saúde.
Outro ponto, que deve importante que pode dificultar a identificação, é que em especial às mulheres. Elas não recebem incentivos a conhecerem sua anatomia, algumas não sabem onde se localiza o seu clitóris ou nunca se olharam.
Quando nos referimos ao que elas gostam na cama isso ainda é campo que pouco se conhece.
Muitas mulheres cresceram tendo como referência filmes pornôs ou o que foi aprendido com os companheiros. Cultura muito diferente no caso dos dos homens, que são estimulados a se tocarem e descobrirem o seu prazer desde cedo.
Ser autossexual!
Entender que existem pessoas que se relacionam e sentem prazer de formas diferentes da qual entendemos como “comum”, é um passo importante para a construção de uma sociedade mais respeitosa e plural.
Portanto, isso abre caminho para que as pessoas que são autossexuais possam se aceitar como realmente são.
Neste caso, principalmente, compreendendo que não há nada de errado em ser ou sentir da forma como elas se sentem.
Isso porque não há nada mais reconfortante e feliz do que poder viver realizado em ser quem é!
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