A frigidez feminina pode ter causas físicas psicológicas, mas é possível entender os sintomas e resolver o problema
Frigidez feminina é um termo genérico que se refere a diferentes tipos de distúrbios capazes de afetar a resposta sexual da mulher. Ele caiu em desuso entre os especialistas por não ser específico em relação ao tipo de sintoma e por ter origem em uma visão machista sobre a sexualidade da mulher. Apesar disso, o termo ainda tem uso corrente significativo na sociedade.
Por isso, vamos explicar aqui como entender a frigidez feminina, os tipos de sintomas, as principais causas e como resolver a questão.
Confira a seguir!
O que é frigidez feminina
De forma geral, podemos dizer que a frigidez feminina se refere a qualquer problema associado à obtenção de prazer sexual pela mulher. É importante frisar que isso é um distúrbio apenas se trouxer sofrimento para ela, ou seja, se ela sentir falta de ter atividades de natureza sexual.
Pessoas que vivem bem com a falta de interesse por sexo fazem parte do espectro da orientação assexual. É o caso de pessoas demissexuais, por exemplo, e está tudo bem!
No entanto, para grande parte das mulheres a falta de prazer sexual traz sofrimento. Nesses casos, cabe investigar as características e possíveis causas dessa ausência de prazer. Não adianta apenas rotular como frigidez feminina, uma vez que o problema pode atingir diferentes fases da resposta sexual.
Essas fases são o desejo, a excitação, o orgasmo e a resolução. Para que se considere um distúrbio, os sintomas devem se estender por, no mínimo, seis meses. É necessário, também, entender os tipos de sintomas e as causas. A partir disso, pode-se partir para iniciativas que visam resolver a questão.
Tipos de sintomas da frigidez feminina
- Ausência de desejo ou libido: nesse caso, podemos falar em desejo sexual hipoativo (DSH) ou anafrodisia. A mulher não tem pensamentos sobre sexo e não demonstra nenhum tipo de interesse para ter relações.
- Transtorno associado à excitação sexual, também chamado de anafrodisia: essa situação envolve dificuldades na fase de excitação da resposta sexual, tendo como característica problemas para manter a lubrificação vaginal durante o sexo. Assim, a penetração fica prejudicada, pois torna-se desconfortável para a mulher.
- Anorgasmia: é quando a mulher tem muita dificuldade para chegar ao orgasmo ou, até mesmo, não consegue atingi-lo. Isso ocorre depois de uma fase normal de excitação em que apenas não se consegue ter o clímax. Essa condição é relativamente comum na nossa sociedade e é um problema quando causa frustrações, angústia e diminuição da qualidade de vida.
- Distúrbios relacionados com a dor durante a relação sexual: essa dor pode ter como causa o contato vaginal ou a estimulação sexual. No caso da dispareunia, ocorre dor na região genital durante as relações. No vaginismo, acontece uma contração involuntária na musculatura da área vaginal e os espasmos impedem a penetração. No caso de sintomas afetivos, há pânico e repulsa por estímulos de natureza sexual.
Principais causas da frigidez feminina
Existem causas de ordem psicológica ou sociocultural e causas de ordem física para a frigidez feminina. Cada caso deve ser investigado por uma anamnese detalhada para que se descubra a origem específica do problema. No entanto, para ter uma visão geral sobre o assunto, podemos listar algumas possíveis causas.
Entre os aspectos físicos, há condições médicas que podem afetar o desejo, a libido, a excitação e o orgasmo femininos, tais como diabetes, doenças cardíacas, doenças neurológicas, alcoolismo e até mesmo alterações hormonais, como as que acontecem durante a menopausa.
Além disso, o uso de medicamentos também pode trazer alterações. Entre os remédios que mais frequentemente causam problemas estão os próprios anticoncepcionais, que podem interferir na produção de testosterona e afetar o desejo.
Medicamentos para a depressão também podem reduzir o desejo, por afetarem a disponibilidade de serotonina. Do mesmo modo, o diurético com espironolactona e alguns antifúngicos podem interferir na produção de hormônios pelas mulheres e, portanto, também no desejo feminino.
Os aspectos psicológicos e socioculturais que podem levar a um quadro considerado de frigidez feminina são complexos. Podemos identificar algumas causas gerais, como problemas de autoestima. Se for esse o caso, no sexo a mulher não vai conseguir focar no prazer, por estar preocupada com a sua autoimagem. Isso pode afetar tanto o desejo como a excitação sexual.
Problemas no trabalho ou em casa, preocupações com os filhos, ansiedade de uma forma geral e conflitos com o par podem ser outros fatores envolvidos em causas psicológicas para a frigidez feminina. Isso sem falar nas expectativas sociais e na expectativa pessoal de chegar ao orgasmo que pode, muitas vezes, gerar ansiedade e atrapalhar o momento que deveria ser de diversão pura.
Como resolver a questão
Existem profissionais com a formação adequada para investigar as causas da frigidez feminina em cada caso e oferecer o diagnóstico e tratamento. Eles são o clínico geral, o ginecologista, o psicólogo e o terapeuta sexual.
É claro que existem outros profissionais da área da saúde, como fisioterapeutas pélvicos, que podem ser importantes para constituir uma equipe multidisciplinar capaz de resolver de vez a questão.
Diagnóstico e tratamento
O processo de diagnóstico envolve uma anamnese detalhada, em que o médico faz uma série de perguntas sobre a natureza do problema sexual da mulher, tais como o quanto esses problemas a incomodam. As perguntas provavelmente devem envolver, também, o histórico das experiências sexuais da paciente, seu histórico de saúde, medicamentos utilizados, entre outras que ele julgue pertinentes. É possível, ainda, que o médico decida realizar exames, como um exame de pélvis ou até mesmo um Papanicolau.
Se as causas para a frigidez feminina forem físicas, como depressão ou diabetes, por exemplo, pode-se recomendar um tratamento medicamentoso. Pode-se, também, diminuir ou alterar medicamentos em uso, caso se identifique que eles podem ser a causa da disfunção sexual. Por outro lado, quando a causa é hormonal, pode-se realizar uma terapia com estrogênio ou com andrógenos, dependendo da condição. Para todas essas abordagens é fundamental proceder uma avaliação de riscos e benefícios em conjunto com o especialista.
Por outro lado, se as causas da frigidez feminina forem psicológicas ou socioculturais, pode ser necessário realizar um tratamento terapêutico com um psicólogo especialista em sexualidade ou um terapeuta sexual. Esses profissionais têm uma formação adequada para investigar os motivos da condição e para elaborar estratégias eficientes de resolução.
Mudanças de estilo de vida
Em quaisquer casos, existem alterações no estilo de vida que são benéficas para a qualidade da vida sexual. Elas passam por aceitar a si mesma e entender as próprias vontades e desejos. Será que existem problemas no relacionamento, por exemplo, que podem levar à diminuição da libido ou da excitação?
A masturbação feminina é uma forma de autocuidado que pode fazer maravilhas para melhorar a relação da mulher com o próprio corpo e com o prazer. Por isso, vale a pena investir em conhecer o próprio corpo, tocar todas as suas zonas erógenas sem pressa e, até mesmo, usar vibradores ou outros produtos eróticos para incrementar as sensações corporais.
Vale a pena, também, investir em atividades físicas. Isso inclui exercícios específicos como o pompoarismo. Com o uso de acessórios como bolinhas de pompoar, entre outros, é possível treinar a musculatura pélvica. Esse treino aumenta a sensibilidade da região, tornando possível sentir intensamente as contrações do orgasmo.
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Uma vez que, agora, você já entende mais sobre o que se considera frigidez feminina, que tal continuar navegando e desvendar mais mistérios sobre o tesão feminino? Afinal, ele também é influenciado por fatores físicos e psicológicos, e é possível aumentar a libido feminina usando algumas táticas muito simples.